17/6/2015
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ACIARA e empresas associadas, Rotary, Lions, ITPAC, FACDO, UFT, OAB, Maçonaria, Bancos, FAMPEC, Ong Cidadania e Justiça, Ong S.O.S. Liberdade, SECETO, Sindicato Rural, SICON, Conselho de Pastores e imprensa local organizaram uma grandiosa manifestação por segurança pública que aconteceu na manhã desta quarta-feira, dia 17 de junho.
Nas vésperas da mobilização, os órgãos que formam a cúpula da segurança pública do Estado procuraram a ACIARA para apresentar as propostas iniciais do poder público para conter o avanço da criminalidade em Araguaína. A ACIARA solicitou o Mini Auditório do ITPAC, convocou as entidades parceiras, e realizou na instituição a reunião.
Na noite da terça-feira, 16, o secretário de Segurança Pública do Tocantins, César Simoni, o comandante geral da Polícia Militar, Coronel Glauber de Oliveira Santos, o comandante do Policiamento do Interior da PM, Tenente-Coronel Luis Carlos Barbosa Ferreira, a comandante do 2º Batalhão da Polícia Militar de Araguaína, Major Patrícia Murussi, e o sub-secretário de Defesa e Proteção Social, Hélio Marques, reuniram-se com diretores da ACIARA e representantes das entidades e instituições parceiras da mobilização, no auditório do ITPAC, e anunciaram as primeiras ações do Estado em Araguaína.
A Diretora Geral do ITPAC, Kelen Beatris Lessa Mânica, participou da reunião representando o ITPAC.
Resposta do poder público
Segundo César Simoni, de imediato, duas equipes do Grupo de Operações Táticas Especiais – GOTE serão deslocadas para Araguaína durante duas semanas. Periodicamente, o grupo fará operações na cidade, mas o projeto, de acordo com o secretário, é implantar aqui uma equipe fixa do GOTE. Outro anúncio foi com relação à escala de trabalho dos delegados. César afirmou que a categoria comprometeu-se a estar à disposição da comunidade além das horas de trabalho previstas em lei. “Estamos buscando todos os dias as soluções e estamos convictos que vamos encontrar. Vamos superar as adversidades, constituir uma polícia forte e dar segurança para o cidadão”, garantiu o secretário.
Sobre o concurso público já realizado pela secretaria, César disse que o Estado precisa dispor de recursos na ordem de R$ 9 milhões para dar posse aos aprovados, mas ainda não há previsão.
Polícia Militar
Para o aparelhamento da Polícia Militar, Coronel Glauber anunciou um novo contrato do Estado para a locação de 500 veículos, sendo que 167 já foram entregues. “Dentro de 30 a 40 dias, estaremos com todas as viaturas disponíveis”, disse o comandante. Para Araguaína, o Comando Geral garantiu um reforço inicial de viaturas e motos até que os novos veículos alugados cheguem à cidade. Segundo o coronel, o número não será divulgado por questões estratégicas.
Sobre o aumento no efetivo, o comandante autorizou o pagamento de horas extras aos policiais para que o policiamento nas ruas seja reforçado. “Vamos também aumentar o número de operações Fecha Quartel para deslocarmos nosso efetivo do administrativo para as ruas”, completou Coronel Glauber. O Comando Geral adiantou, ainda, que há um projeto de implantação de uma Escola Militar em Araguaína para o início de 2016.
Células Comunitárias
Segundo o presidente dos conselhos de segurança da cidade e diretor da ACIARA, Dearley Kuhn, das nove células existentes em Araguaína, apenas uma mantém operação e em condições precárias. “A presença dos policias nos bairros com o auxílio da comunidade é uma estratégia importantíssima para identificar onde está a criminalidade e coibir suas ações. Mas já há algumas gestões, o Governo do Estado não demonstra mais interesse neste projeto”.
De acordo com o comandante do Policiamento do Interior, Tenente-Coronel Luis Carlos Barbosa Ferreira, com o incremento dos 1000 soldados aprovados no último concurso, haverá condições de reativar as células comunitárias de segurança. “Mas é preciso aguardar o prazo de formação dos policiais e planejar as ações”, informou o tenente-coronel.
Mais sugestões
Diante das justificativas dos representantes do Governo quanto às dívidas deixadas pela gestão passada, que estariam impossibilitando investimentos a curto prazo, o diretor da ACIARA Renato Freire enfatizou que o objetivo do movimento é cobrar um comprometimento do poder público com a cidade de Araguaína, “que está abandonada pelo Governo do Estado há anos”.
A também diretora Juliane Carneiro lembrou que a falta de segurança afetará diretamente a arrecadação do Estado. “Os comerciantes estão com medo de manter suas lojas abertas e até mesmo os consumidores temem ir às ruas para comprar porque podem ser assaltados a qualquer momento e em qualquer lugar”, reforçou Juliane.
Já para o presidente do Rotary Club de Araguaína, Ronaldo Assis Carvalho, a Polícia Militar deveria aumentar o número de blitz nas ruas e avenidas. “Queremos que as autoridades cobrem o cidadão, exijam que estejamos em dia com nossos veículos. A população quer ver a polícia na rua”, afirmou. O advogado da Associação dos Praças da PM, Anderson Mendes, também chamou a atenção para a necessidade de retornar às ruas os policias que hoje cumprem funções de guarda ou administrativas em órgãos públicos. “É preciso também garantir mais delegados para plantões nas cidades do interior. Quando acontece um flagrante, o pequeno destacamento de policiais precisa se deslocar até Araguaína para apresentar o acusado ao delegado. Enquanto isso, o município fica desprotegido”.
O presidente Manoel ressaltou às autoridades que o intuito do movimento é colaborar, além de cobrar o que lhes é de direito, já que todos contribuem com impostos. “E esta ação irá adiante porque pretendemos efetivar fóruns permanentes de discussões para fortalecermos o movimento e nos mantermos vigilantes quanto às ações do poder público”.
O diretor da ACIARA, Renato Freire, lembrou que a luta dos manifestantes é em prol da coletividade. “A violência hoje não escolhe classe social. Ela atinge o comércio, casas, o transeunte, todos estão reféns. Esse movimento é pacífico, mas queremos deixar bem claro para as autoridades que não vamos mais admitir o descaso que Araguaína vem passando com a questão da segurança pública”.
Fonte: Ricardo Sottero - ASCOM ACIARA