A jornada de uma egressa do curso de psicologia desde o ensino médio até a concretização do sonho de ingressar na Reserva de 2ª Classe, compartilhando sua história inspiradora e desafios superados
26/2/2024
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É com muito orgulho e felicidade que compartilhamos entrevista com Egressa do Curso de Psicologia. Ela conta sobre sua trajetória desde o Ensino Médio até a realização do sonho de ter ingressado como psicóloga da Reserva de 2ª Classe no Núcleo de Assistência Social da Marinha.
Em que área você está trabalhando?
Estou atuando como psicóloga da Reserva de 2ª Classe no Núcleo de Assistência Social da Marinha. Temos como objetivo prestar assistência psicossocial aos militares e aos seus dependentes, de modo que proporcione o desenvolvimento de suas potencialidades e melhor qualidade de vida, além de trabalhar as questões nefrálgicas pessoal e familiarmente.
Por que você escolheu psicologia?
A psicologia surgiu na minha vida sem muita pretensão, vou explicar o porquê. Durante o meu ensino médio, não havia o curso de psicologia na minha cidade e tão pouco falava sobre esta área ou sobre saúde mental, o qual é tão discutido atualmente.
No colegial, ainda estava muito perdida sobre qual profissão seguir. De início, pensava muito na área da enfermagem, por achar que seria a opção mais viável e com o mercado de trabalho em expansão, mas de fato este não era um desejo pulsante em mim. Ainda sem saber o que fazer, prestei vestibular para enfermagem, passei, mas no final decidi não ingressar.
Ao término do colegial, decidi dar um tempo dos estudos e fui em busca do primeiro emprego. Para a minha surpresa, esta foi a escolha mais correta que tomei naquele momento. Pois, comecei a trabalhar em uma escola de cursos profissionalizantes. Após certo tempo, propuseram-me o desafio de atuar com orientação de carreira e mercado de trabalho. Assim, apaixonei pela área, com os treinamentos e o contato com as atividades.
Amava realizar cada atendimento, vê a empolgação e a dedicação dos alunos. Vê alguns frutos do trabalho que realizávamos e sentir que aquilo tinha algum significado para mim. Dessa forma, interessei-me pela área e comecei a pesquisar mais. A partir daí, conheci a psicologia, e especialmente a psicologia organizacional e do trabalho. Neste momento, tive a certeza de que esta escolha seria em direção ao meu desejo.
O que você fez durante a sua graduação que você acredita que foi seu diferencial?
Cursar a faculdade de psicologia foi uma conquista sem tamanho, pois vim de uma família com pouco acesso à escolaridade. Assim, não era somente um mérito meu, mas de várias pessoas. Sentia-me satisfeita por conseguir desfrutar deste sonho. Dessa forma, dediquei ao máximo as atividades curriculares e extracurriculares, tais como eventos, palestras, seminários, rodas de conversas, estágios e debates. Também participei na organização de alguns eventos da psicologia, o que me ajudou a entender e desenvolver algumas habilidades sociais e processuais, as quais futuramente auxiliaram bastante em algumas atividades que desempenhei.
Outro ponto que me deixou ainda mais envolvida com a formação foi participar como membro da Liga Acadêmica de Psicanálise. Um dos aspectos que considero um pilar na minha formação acadêmica, o qual levou a pensar e ir muito além do que eu conseguia naquele momento.
Em resumo, penso que o maior diferencial é a relação que você estabelecer com as ‘coisas’, no sentido de que quanto maior o seu compromisso e dedicação, mais próximo chegará àquilo que você deseja.
Por que você escolheu a Marinha?
Quando criança, achava muito interessante assistir às propagandas das Forças Armadas que passavam na televisão, mas como não era “coisas de meninas” deixei para lá. Algum tempo depois, quando estava na faculdade, por influência do meu esposo – na época namorado – comecei a pesquisar sobre a carreira militar. Identifiquei-me com tudo aquilo que lia e decidi estudar para tornar-se uma militar.
Então, por influência e apoio de algumas pessoas, resolvi participar do Processo Seletivo da Marinha, para Oficiais da Reserva de 2ª Classe da Marinha (RM2), visando conhecer mais sobre a carreira e desenvolver-me profissionalmente. Graças a Deus e o apoio de algumas pessoas, consegui está tão sonhada conquista.
Como você se preparou para o concurso?
O Processo Seletivo é composto por cinco etapas: prova objetiva, verificação documental e dados biográficos, inspeção de saúde, teste de aptidão física e prova de títulos. Cada fase foi um desafio diferente devido à complexidade.
Para a prova escrita, tive que traçar um plano estratégico, levando em consideração as minhas deficiências em algumas matérias, o tempo de estudo, a data da prova e os materiais que tinha à minha disposição. Além disso, tive que aprender a estudar e avaliar o meu desempenho.
Além de entender o processo de estudo, também precisei dar atenção a mim. Perceber quais métodos prenderam a minha atenção, o que ajudava no entendimento e na fixação das informações, os horários em que tinha mais disposição para os estudos e o modo de usar esses aspectos a meu favor.
Além do preparo intelectual, tive que desenvolver o lado físico. Comecei, junto com os estudos, os treinamentos para o Teste de Aptidão Física (TAF) que são corrida e natação. Por não estar praticando atividade física naquela época e nunca ter corrido e nem nadado, esbarrei numa série de dificuldades.
Na corrida, para conseguir alcançar os quilômetros dentro do tempo previsto, fui traçando metas curtas e aumentando-as no decorrer da preparação. Já a natação, que era o meu ‘calcanhar de Aquiles’, foi um processo mais complexo, pois eu tinha pavor da água. Mas com muita paciência e ajuda que recebi, consegui perder o medo e ganhei confiança.
Apesar de tudo, acredito que só alcancei esses resultados porque Deus estava à frente de tudo em todos os momentos. Antes de passar por qualquer etapa do processo, colocava nas mãos dele e confiava.
Como você avalia até o momento suas atividades na Marinha do Brasil?
A Marinha é um universo de possibilidades e desafios. Apesar do pouco tempo que ingressei na força, vejo como uma excelente oportunidade para crescimento profissional e como pessoa, visto que a instituição trabalha os princípios e valores dos seus integrantes.
Qual conselho você daria para os estudantes de psicologia?
Saiba quais são os seus sonhos, os seus desejos, e siga em direção a eles. Por mas que alguém ou ninguém te apoie, siga em frente. Somente você saberá o peso de viver os sonhos de outras pessoas, então não abandone os seus. Geralmente, o caminho para os nossos objetivos não são fáceis, mas não desista e nem perca o ânimo porque todo esforço terá um retorno.
Escrito por: Milena Silva Fernandes Sousa.
Ano de formatura: 2022.